segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A Triste Partida- Luiz Gonzaga

Meu Deus, meu Deus. . .
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro

Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai

A treze do mês
Ele fez experiência
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal,
Meu Deus, meu Deus
Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre Natal
Ai, ai, ai, ai

Rompeu-se o Natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
Meu Deus, meu Deus
Na copa da mata Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois a barra não tem
Ai, ai, ai, ai

Sem chuva na terra
Descamba Janeiro,
Depois fevereiro
E o mesmo verão
Meu Deus, meu Deus
Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz: "isso é castigo não chove mais não"
Ai, ai, ai, ai

Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
Meu Deus, meu Deus
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
Ai, ai, ai, ai

Agora pensando
Ele segue outra tria
Chamando a famia
Começa a dizer
Meu Deus, meu Deus
Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nós vamos a São Paulo
Viver ou morrer
Ai, ai, ai, ai

Nós vamos a São Paulo
Que a coisa tá feia
Por terras alheia
Nós vamos vagar
Meu Deus, meu Deus
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Cá e pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar
Ai, ai, ai, ai

E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Venderam também
Meu Deus, meu Deus
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
Ai, ai, ai, ai

Em um caminhão
Ele joga a famia
Chegou o triste dia
Já vai viajar
Meu Deus, meu Deus
A seca terrível
Que tudo devora
Lhe bota pra fora
Da terra natá
Ai, ai, ai, ai

O carro já corre
No topo da serra
Oiando pra terra
Seu berço, seu lar
Meu Deus, meu Deus
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu lugar
Ai, ai, ai, ai

No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
Meu Deus, meu Deus
Tão triste, coitado
Falando saudoso
Seu filho choroso
Exclama a dizer
Ai, ai, ai, ai

De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
Meu Deus, meu Deus
Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
Ai, ai, ai, ai

E a linda pequena
Tremendo de medo
"Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?"
Meu Deus, meu Deus
Meu pé de roseira
Coitado, ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
Ai, ai, ai, ai

E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo azul
Meu Deus, meu Deus
O pai, pesaroso
Nos filho pensando
E o carro rodando
Na estrada do Sul
Ai, ai, ai, ai

Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Procura um patrão
Meu Deus, meu Deus
Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
Ai, ai, ai, ai

Trabaia dois ano,
Três ano e mais ano
E sempre nos prano
De um dia vortar
Meu Deus, meu Deus
Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
Ai, ai, ai, ai

Se arguma notícia
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
Meu Deus, meu Deus
Lhe bate no peito
Saudade lhe molho
E as água nos óio
Começa a cair
Ai, ai, ai, ai

Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
Meu Deus, meu Deus
O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famia
Não vorta mais não
Ai, ai, ai, ai

Distante da terra
Tão seca mas boa
Exposto à garoa
À lama e o paul
Meu Deus, meu Deus
Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No Norte e no Sul
Ai, ai, ai,

* Musica que sera recitada por JOSIANE ALVES SOUZA no IFBA- Instituto Federal da Bahia na SEMANA DE CIENCIA E TECNOLOGIA.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Minhas considerações em torno de "O Bicho", poema de Manuel Bandeira

Acredito que este seja o poema mais triste e inteligente que tive a oportunidade de ler...
Apesar de pequeno, tem um forte conteúdo:
O descaso;
E consequentemente a FOME!
Este é o modo como inúmeras pessoas conseguem viver hoje ( se é que podemos chamar isso de vida)...
O pior é que a sociedade e principalmente os POLÍTICOS ficam o tempo todo "dando milho aos pombos" , como diz o cantor Zé Geraldo.
Faço apenas um pedido: Nao olhe para essas pessoas com desdém, veja-as como seres humanos que necessitam muito da nossa ajuda!

Josiane Alves Souza. :/

O BICHO


“Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem!"

Manuel Bandeira

O FORA

Tudo começou na manhã de segunda-feira. Estava saindo de casa para ir à escola, atrasada, como de costume. Quando abri o portão eu o vi na porta da casa da frente. Ele era o novo vizinho. Os seus olhos esverdeados pararam nos meus e os meus estavam admirados com toda aquela beleza. Meu Deus! Que corpo bonito/sexi. Fiquei com vergonha, abaixei a cabeça e segui para a escola.
A partir daí, por mais que eu tentasse, não conseguia tirá-lo do meu pensamento. O desejo e a vontade de poder tocá-lo eram maiores que eu. Como diz o poema; eu estava sentindo o “amor” que “ é fogo que arde sem se ver[...]”.
Um mês depois estávamos conversando e ele disse que após alguns dias (menos de uma semana) iria embora para a sua cidade natal. Eu enlouqueci! Se não falasse o que eu estava sentindo para ele jamais diria e todo Aquele sentimento seria em vão.
Na noite de sábado me decidi e na tarde de domingo bebi demais. Tinha que ter uma motivação para criar coragem, não é?
A noite ele estava lá. Como eu já havia “criado coragem” fui lá e disse tudo! As suas palavras momentaneamente me deixaram feliz! Ele disse que também estava apaixonado, que me achava bonita, inteligente, decente, legal... Mas ele era apaixonado pela sua namorada. Entristeci! Não respeitei o sentimento dele. O que eu queria era com ele e não com a sua suposta ”namorada”.
Após um tempo de conversa percebi que o meu sonho não iria se realizar, mas da boca dele saiu uma frase que me deixou alegre: “Não fique assim... A esperança é a ultima que morre”. Como eu não mais a tinha, respondi: “Mas morre”!
Naquela noite eu bebi muito. Como se a dor do desengano fosse passar. Resultado: A dor não passou, triplicou, e na manha de segunda feira fui a escola triste, com dor de cabeça, vontade de vomitar, o corpo cansado e o pior: A dor do DESAMOR.
Uma frase martelava a minha cabeça o tempo todo: “ A esperança é a ultima que morre. Mas morre”!
- Ai! Que dor de cabeça... Bueeer*!
* Bueeer = Barulho do vomito.

Instituto federal da Bahia (IF-BA)
Aluna: Josiane Alves Souza- ED11

quinta-feira, 8 de abril de 2010

cultura: o que é ?

CHAUÍ, Marilena. Cultura e democracia.

Coleção cultura é o quê? Salvador.

O texto abaixo explica o conceito de cultura.

O que é cultura? O significado dela é cultivar, donde cuidar do que as gerações deixam.

Com o passar do tempo a cultura foi modificada. Primeiro, surge com a filosofia com sinônimo de civilização, com o iluminismo ela passa a ser um conjunto de praticas, os antropólogos estipulavam valor para defini-la. A cultura traz a idéia de tempo, donde evolução, que é tudo que se consegue com o tempo, portanto as cidades que não tinham “valor” teriam apartir da sua evolução.

Apartir do século xx os antropólogos tentam desfazer a ideologia imperialista da cultura, diziam que cada cultura exprime a ordem humana. Com isso a cultura traz a idéia de valores: O belo e o feio, o justo e o injusto; trazendo a lei.

Apartir da modernidade a cultura enfrenta um problema: O fato de haver sociedades e não comunidades, onde comunidade é sinônimo de indivisão interna e sociedade é sinônimo de indivíduos separados por seus interesses e desejos. Apartir daí aparecem classes sociais, onde a sociedade ira instituir a diferença cultural, ou seja, cultura de elite e cultura popular.

Durante a ilustração francesa era posto que cultura era o que restava das tradições, sendo supersticiosa e ignorante devendo ser corrigida.

A indústria cultural, ao produzir cultura divide as informações entre elite “culta” e massa “inculta”. A intenção é seduzir o publico com a informação que ele gostaria de ter, por isso inúmeras vezes as pessoa vêem noticias iguais contadas de modos bem diferentes.

Para a massa a indústria cultural costuma trazer noticias chamada “média” para capacidades mentais “medias”... O “médio” seria o senso comum que a indústria cultural vende com cara de novo.

Marilena Chauí.

A cultura é tudo que um povo produz que será passado de geração para geração, por isso ela traz a idéia de tempo!

Pelo fato de haver a cultura de elite e de massa há as classes sociais...

Ela engloba duas preocupações: A diferença de cultura (valorizada e desvalorizada); que resulta na segunda: a sua perca.

A tecnologia é um dos principais fatores para a perca da cultura. As crianças não dançam em roda como nos velhos tempos, as pessoas não se vêem, e sim conversam pelo telefone, etc.

Ela pode ser modificada, desde que haja bons motivos para a modificação.

É impossível que um indivíduo não tenha cultura, afinal, ninguém nasce e permanece fora de um contexto social. A cultura cerca a sociedade e engloba um conjunto de diversos aspectos, como crenças, valores, costumes, leis, moral, línguas, etc.

Josiane Alves Souza. Estudante do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Bahia (IF-BA)

sexta-feira, 26 de março de 2010

Um livro amigo é:

Aquele capaz de me fazer entrar na história, de rir e de chorar.
Aquele que ao ler a pessoa pode até mudar de opinião!


Aluna: Josiane Alves Souza- ED11

Tens mesmo que ir?

Não da pra esquecer os teus olhos negros,
Os teus cabelos lisos,
A tua inteligência,
Não dá pra parar de pensar
Que um dia tu vais pra bem longe.
Juro! Não me esquecerei dos nossos momentos,
Do teu sorriso que trazia brilho para todos,
Da tua sinceridade,
Das paródias mais loucas que fazias,
Resenhas, papos bobos: Aqueles de duplo sentido...
Prometa que será por pouco tempo!
Diga que voltara logo! E ficarei feliz.
Era isso que queria escutar dos teus lábios.
Acredito!
Voltaras logo.
Mas, no fundo, eu sei...
Mentimos para nós mesmos,
Tu não voltaras tão cedo!
Mas juro-te: Foi INESQUECÍVEL!

sábado, 12 de setembro de 2009

Djavan- Se...

Você disse que não sabe se não.
Mas também não tem certeza que sim
Quer saber?
Quando é assim
Deixa vir do coração
Você sabe que eu só penso em você
Você diz só que vive pensando em mim
Pode ser
Se é assim
Você tem que largar a mão do não
Soltar essa louca, arder de paixão
Não há como doer pra decidir
Só dizer sim ou não
Mas você adora um se...
Eu levo a sério mas você disfarça
Você me diz à beça e eu nessa de horror
E me remete ao frio que vem lá do sul
Insiste em zero a zero e eu quero um a um
Sei lá o que te dá, não quer meu calor
São Jorge por favor me empresta o dragão
Mais fácil aprender japonês em braile
Do que você decidir se dá ou não.