terça-feira, 31 de agosto de 2010

Minhas considerações em torno de "O Bicho", poema de Manuel Bandeira

Acredito que este seja o poema mais triste e inteligente que tive a oportunidade de ler...
Apesar de pequeno, tem um forte conteúdo:
O descaso;
E consequentemente a FOME!
Este é o modo como inúmeras pessoas conseguem viver hoje ( se é que podemos chamar isso de vida)...
O pior é que a sociedade e principalmente os POLÍTICOS ficam o tempo todo "dando milho aos pombos" , como diz o cantor Zé Geraldo.
Faço apenas um pedido: Nao olhe para essas pessoas com desdém, veja-as como seres humanos que necessitam muito da nossa ajuda!

Josiane Alves Souza. :/

O BICHO


“Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem!"

Manuel Bandeira

O FORA

Tudo começou na manhã de segunda-feira. Estava saindo de casa para ir à escola, atrasada, como de costume. Quando abri o portão eu o vi na porta da casa da frente. Ele era o novo vizinho. Os seus olhos esverdeados pararam nos meus e os meus estavam admirados com toda aquela beleza. Meu Deus! Que corpo bonito/sexi. Fiquei com vergonha, abaixei a cabeça e segui para a escola.
A partir daí, por mais que eu tentasse, não conseguia tirá-lo do meu pensamento. O desejo e a vontade de poder tocá-lo eram maiores que eu. Como diz o poema; eu estava sentindo o “amor” que “ é fogo que arde sem se ver[...]”.
Um mês depois estávamos conversando e ele disse que após alguns dias (menos de uma semana) iria embora para a sua cidade natal. Eu enlouqueci! Se não falasse o que eu estava sentindo para ele jamais diria e todo Aquele sentimento seria em vão.
Na noite de sábado me decidi e na tarde de domingo bebi demais. Tinha que ter uma motivação para criar coragem, não é?
A noite ele estava lá. Como eu já havia “criado coragem” fui lá e disse tudo! As suas palavras momentaneamente me deixaram feliz! Ele disse que também estava apaixonado, que me achava bonita, inteligente, decente, legal... Mas ele era apaixonado pela sua namorada. Entristeci! Não respeitei o sentimento dele. O que eu queria era com ele e não com a sua suposta ”namorada”.
Após um tempo de conversa percebi que o meu sonho não iria se realizar, mas da boca dele saiu uma frase que me deixou alegre: “Não fique assim... A esperança é a ultima que morre”. Como eu não mais a tinha, respondi: “Mas morre”!
Naquela noite eu bebi muito. Como se a dor do desengano fosse passar. Resultado: A dor não passou, triplicou, e na manha de segunda feira fui a escola triste, com dor de cabeça, vontade de vomitar, o corpo cansado e o pior: A dor do DESAMOR.
Uma frase martelava a minha cabeça o tempo todo: “ A esperança é a ultima que morre. Mas morre”!
- Ai! Que dor de cabeça... Bueeer*!
* Bueeer = Barulho do vomito.

Instituto federal da Bahia (IF-BA)
Aluna: Josiane Alves Souza- ED11